Comunidade aponta rumos para a saúde durante Conferência

EVENTO REALIZADO PELA PREFEITURA TAMBÉM ELEGEU NOVOS MEMBROS PARA CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE E DELEGADOS PARA A CONFERÊNCIA ESTADUAL

Reportagem e fotos: Pacheco de Souza

Mudança já!

Mudança já!

Os dois dias de Conferência Municipal de Saúde realizados na última sexta e sábado em Pedro Leopoldo contou com um público de quase 300 pessoas. De acordo com dados da Prefeitura Municipal, 160 pessoas foram à Câmara de Vereadores na abertura do evento no dia 26, e no dia seguinte, outras 110 pessoas estiveram na Escola Municipal José Elias da Costa – NEC apontando as diretrizes para melhorar a saúde local.

Durante o encontro de sábado (27 de junho) a comunidade também elegeu os novos membros do Conselho Municipal de Saúde. O Conselho é formado por 10 usuários do SUS – Sistema Único de Saúde (comunidade) e 10 trabalhadores da saúde (médico, enfermeiro e outros), além de representantes do Governo Municipal que ainda serão indicados pela chefe do executivo. O Conselho Municipal de Saúde é formado ainda por membros suplentes, em número igual aos de titulares.

Médicos ficaram lado a lado com o povo na mesa de discussão

Médicos ficaram lado a lado com o povo na mesa

SOBRE A CONFERÊNCIA

No encontro de sábado as pessoas foram divididas em grupos para discutir os temas da conferência, e estes grupos, a cada 20 minutos, iam se revezando e trocando de mesas para participar de outros temas. Um dos destaques do encontro foi a grande quantidade de médicos, cerca de 10 profissionais participaram assiduamente e contribuíram com sugestões e elaboraram diretrizes que serão levadas à Conferência Estadual de Saúde prevista para acontecer agora em julho na Capital Mineira.

Dra. Maria de Lourdes e Dra. Juliana participaram assiduamente do evento

Dra. Maria de Lourdes e Dra. Juliana participaram assiduamente junto com outros médicos

No final do evento os organizadores fizeram uma dinâmica e cada participante escreveu em um papel uma mensagem com o sentimento deixado pela Conferência de Saúde (Veja na galeria de fotos abaixo).

A Secretária Municipal de Saúde avaliou como positivo os dois dias de encontro. “Tivemos um número bem significativo de pessoas que vieram para apresentar propostas e fazer reivindicações para melhorar a saúde local. Ninguém esmoreceu e nem se cansou de um dia árduo de trabalho, a produção foi bem significativa. Estou muito feliz e com o sentimento de missão cumprida”, comentou Valéria Mariana Atella Barbosa.

CONFIRA NAS FOTOS ABAIXO IMAGENS DA CONFERÊNCIA

POVO QUE PRECISA DE ATENDIMENTO DO SUS (SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE) É FRUSTRADO

Dor, sofrimento, angústia, e até mesmo exclusão. Atendimento à saúde precisa ser realizado de forma mais humanitária.

Reportagem: Luciana Gonçalves / Fotos: Pacheco de Souza

CARPINTEIRO FERIDO 1

Toalha manchada de sangue, carpinteiro esperou horas por atendimento adequado

Essa semana a equipe do MIX NOTÍCIAS acompanhou o drama da Sra. Tania Maria de Souza e seu esposo Geraldino Martins Matos, 55 anos, que é marceneiro e prensou o dedo numa máquina enquanto trabalhava em casa pela manhã. Eles Dirigiram-se ao PA da Lagoa onde foi atendido por uma médica que o mandou de volta para casa, embora ainda estivesse sangrando e sem dinheiro para condução. Então solicitaram uma ambulância, que os levou do PA da Lagoa para o PA Central onde foi atendido. O médico os informou que havia uma fratura no dedo e que era necessário uma cirurgia plástica devendo ser encaminhado para o Hospital Risoleta Neves ou o João XXIII em Belo Horizonte. Porém horas depois foram informados que a ambulância não seria liberada para os levar até Belo Horizonte, porque o caso não era grave e tendo eles que ir em condução própria. As 16hs eles ainda estavam aguardando uma condução e o paciente lá perdendo sangue. A esposa viu uma viatura policial que passava pelo local e informou sobre a situação de seu marido. Estes por sua vez afirmaram que estariam com uma ocorrência para ser atendida mas o levaram para ser atendido novamente. Segundo ela, não fosse a intervenção do soldado da PM, seu marido poderia ter continuado lá sem o atendimento adequado. “Por que a ambulância o levou para o PA Central não pode prestar o mesmo atendimento levando-o para a capital? Porque somos pobres?” questiona dona Tânia. Na mesma noite o vereador Salim Salema socorreu o Sr. Geraldino e o levou ao Hospital Risoleta Neves onde finalmente foi operado.

Talvez tenha havido uma falta de comunicação entre o paciente e a equipe médica, muitas vezes pessoas com baixo nível de instrução são as que mais sofrem por não entenderem corretamente as informações que lhe são passadas ou até mesmo não conseguem discutir adequadamente com as equipes para chegarem a uma solução para seus problemas.

É fato que todos os dias centenas de pessoas padecem enfrentando filas, hospitais superlotados, falta de medicamentos, de médico, de ambulâncias e até mesmo equipamentos.  Os governantes parecem fechar os olhos a todas essas questões, parecem não ver tamanho sofrimento enfrentado pela grande parcela da população que tem o Sistema Único de Saúde (SUS) como única alternativa. Boa qualidade prestada pelo serviço do SUS ainda é um sonho da população.

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