Crea-Minas vai iniciar processo de fiscalização em todo o estado com o objetivo de orientar estes profissionais
Reportagem: Pacheco de Souza
As possibilidades de atuação do geógrafo, tanto no bacharelado quanto na licenciatura, têm gerado um conflito na atribuição de cada segmento. A prática técnica, ou seja, análises sócio-econômicas, geomarketing, planejamento urbano e rural, zoneamento econômico-ecológico, atuação na área ambiental, geoprocessamento, entre outras, é restrita ao profissional bacharel. No que se referem aos licenciados, estes têm atribuições profissionais voltadas para a educação. No entanto, o que tem se visto hoje são profissionais atuando de forma irregular no mercado, dentre eles os licenciados em geografia exercendo funções técnicas e os bacharéis que não possuem a carteira profissional emitida pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-Minas).
“Isso é um risco, tanto para o licenciado que não tem a formação técnica necessária para realizar estas atividades, como para o bacharel que não possui registro no Crea. O resultado do trabalho fica comprometido”, conta a presidente da Associação de Profissionais Geógrafos de Minas Gerais (Aprogeo), Grazielle Carvalho. Segundo ela, para atuar como bacharel, o profissional passa por formação técnica específica e precisa se registrar no Crea-Minas. Além disso, o contratante é obrigado, por lei, a admitir somente quem tiver tal registro. “Essa é uma garantia de que aquele profissional está habilitado e preparado para exercer a sua atribuição”, afirma.
Segundo dados da Aprogeo-MG, existem no estado mineiro 10 instituições de ensino que formam bacharéis contra 40 que formam licenciados. Carvalho alerta para o maior número de licenciados atuando no mercado e afirma ainda que há muitos bacharéis que não possuem registro no Crea, devido, inclusive, ao desconhecimento. “Hoje temos apenas cerca de 1.300 geógrafos registrados no Conselho. A grande maioria dos profissionais não está registrada e atua ilegalmente”.
Para evitar a atividade ilegal da profissão, o Crea-Minas vai iniciar um processo de fiscalização em todo o estado com o objetivo de orientar estes profissionais. “O Crea regulamenta e fiscaliza o exercício profissional da engenharia, agronomia, geologia, geografia e meteorologia, tanto no nível superior quanto técnico. O nosso objetivo com a fiscalização dos profissionais geógrafos é uma orientação quanto à necessidade do registro profissional para a sua atuação e esclarecer a sua atribuição”, explica o diretor Técnico e de Fiscalização do Crea-Minas, o engenheiro civil e segurança do trabalho Marcos Gervásio.