Prazos para Acordo Judicial de Reparação por rompimento de barragem são apresentados às prefeituras

Cronogramas de projetos detalhados no documento foram levado à gestão de 25 municípios atingidos e de Brumadinho; mineradora Vale é responsável por execução

Imagem de arquivo apenas para ilustração

Reportagem: Pacheco de Souza

Os cronogramas dos primeiros projetos de reparação socioeconômica do Acordo Judicial de Reparação, que serão executados pela Vale, foram apresentados a prefeitos e representantes de 25 dos 26 municípios atingidos pelo rompimento das barragens da empresa em Brumadinho. O encontro foi viabilizado pelo Comitê Gestor Pró-Brumadinho e contou com a participação de representantes do Governo de Minas, das instituições de Justiça e da empresa Vale, que detalhou o planejamento e prazos para início das intervenções.

Os projetos são referentes aos anexos I.3 (25 municípios) e I.4 (Brumadinho) do acordo. Foram realizadas duas reuniões, de forma on-line, uma em 18/2, com a presença de 24 municípios, e outra em 17/2, específica para Brumadinho.

Nas reuniões, a Vale apresentou, além do cronograma, o planejamento para os nove projetos com ordem de início dada, em 28/1 deste ano, pelos compromitentes – Governo de Minas, Ministério Público de Minas Gerais, Ministério Público Federal e Defensoria Pública de Minas Gerais. Também esclareceu dúvidas específicas dos municípios. São três projetos em Brumadinho e seis em cada um dos outros 25 municípios.

Nova fase

O encontro marca a o início da fase de execução dos projetos de reparação socioeconômica na região atingida. A execução é de responsabilidade da Vale.

“Neste momento, passamos o bastão para a Vale, que deve iniciar imediatamente a execução e fazer a interlocução direta com as prefeituras”, explicou o secretário adjunto de Planejamento e Gestão, e coordenador do Comitê Gestor Pró-Brumadinho, Luís Otávio Milagres de Assis.

O prefeito de Pará de Minas, Elias Diniz, avaliou que a reunião correspondeu às expectativas dos gestores municipais. Disse ainda que os projetos vão contribuir para o desenvolvimento das cidades, mas que é preciso que os prazos sejam cumpridos pela Vale.

“A partir de agora, temos condições de cobrar da Vale a obrigação de execução do acordo. O governo respondeu de forma rápida e objetiva e agora teremos a união de prefeituras, governo, do Ministério Público, da Defensoria e da Justiça para cobrar da empresa o cumprimento dos cronogramas e entregas, que vão deixar um legado para os municípios e para a população”. 

Elias Diniz também prestou solidariedade às famílias das vítimas. “Sabemos que não é possível trazer as vidas perdidas de volta, mas faremos de tudo para que sejam sempre lembradas”. 

O Acordo Judicial visa reparar os danos decorrentes do rompimento das barragens da Vale S.A. em Brumadinho, que tirou a vida de 272 pessoas e gerou uma série de impactos sociais, ambientais e econômicos na bacia do Rio Paraopeba e em todo o Estado de Minas Gerais.

Próximos passos

Os prefeitos também receberam informações sobre os próximos passos para as 78 obras e projetos selecionados após a consulta popular. São iniciativas para execução em 18 municípios atingidos, que foram encaminhadas nesta semana para a Vale fazer o planejamento e o orçamento; apresentar à auditoria para análise e aprovação; e, posteriormente, executar. Serão 27 projetos em Brumadinho e três em cada um destes 17 municípios atingidos.

Também durante o encontro desta sexta-feira, o secretário Luís Otávio Milagres de Assis apresentou os valores que serão repassados pela Vale aos municípios para contratação de equipes de saúde e assistência social, totalizando R$ 95,8 milhões nos próximos cinco anos. Essas contratações são referentes a três dos projetos que já tiveram ordem de início: fortalecimento da Atenção Primária à Saúde; Promove Minas e fortalecimento Rede Atenção Psicossocial. A primeira parcela no valor de R$ 32 milhões tem previsão de ser paga em maio deste ano. A partir daí os municípios poderão efetivar as contratações.

O acordo judicial tem como prioridade a reparação da região atingida, sendo respeitada a premissa de participação das comunidades atingidas na definição das ações, inclusive mediante a realização de consulta popular e escuta das prefeituras. 

Valores

O termo prevê para os municípios atingidos, além dos anexos I.3 e I.4 de reparação socioeconômica, com R$ 4 bilhões: projetos para as comunidades atingidas, R$ 3 bilhões (anexo I.1); Programa de Transferência de Renda à População Atingida, com R$ 4,4 bilhões (anexo I.2); recuperação ambiental sem teto de gastos, com valor inicial de R$ 5 bilhões (anexo II.1); compensação ambiental que inclui obras de saneamento básico com valor de R$ 1,55 bilhão (anexo II.2); segurança hídrica da Região Metropolitana de BH, com R$ 2,05 bilhões (anexo 2.III); entre outras.

Entre as ações, há “obrigações de fazer” da Vale e “obrigações de pagar” da Vale, de forma que não preveem repasse de valores direto aos municípios, salvo os projetos específicos que envolvam contratações de profissionais vinculados ao serviço público.

“A reunião foi positiva. Começaram a sair dados mais concretos. Os prefeitos demonstraram mais confiança em relação à execução do acordo. A Vale vai começar com os projetos da resposta rápida, os maquinários serão entregues, também teremos melhoras nas áreas da Saúde e de Assistência Social, muita coisa boa estar por vir para os municípios atingidos”, avaliou o prefeito de Pequi, André Luiz Melgaço Tavares.

Confira a nota da ArcelorMittal sobre a barragem de rejeitos de Serra Azul, em Itaiaiuçu

Reportagem: Pacheco de Souza / Foto enviada pela equipe do SAMU Oeste

A ArcelorMittal anunciou hoje (08/02) que, após rigorosa avaliação, tomou a decisão de colocar em prática o plano de evacuação relativo a sua barragem de rejeitos de Serra Azul, em Itatiaiuçu.

Após informar e discutir a situação com as autoridades locais, chegou-se ao entendimento de que a comunidade de cerca de 200 pessoas situada a jusante da barragem deveria ser evacuada como medida de precaução.  

A ação decorre de uma inspeção e auditoria minuciosas da barragem de rejeitos, que foram realizadas após os recentes incidentes acontecidos no setor de mineração, no Brasil. Empregando uma metodologia mais conservadora, a auditoria independente responsável pela declaração de estabilidade revisou o último relatório e adotou para a barragem um Fator de Segurança (Factor of Safety ou FoS) mais restritivo.  

A ação segue a atualização de uma avaliação feita no local,  contratada pela ArcelorMittal Mineração e realizada por auditoria independente. A avaliação incluiu testes de stress feitos na barragem de Serra Azul, a partir de dados e aprendizado decorrentes dos eventos da barragem do Feijão, em Brumadinho. Baseado na variação do fator de segurança, a decisão tomada foi de evacuar todos os residentes enquanto testes adicionais estarão sendo tomados e qualquer medida de mitigação possa ser implementada. O trajeto histórico a ser seguido pelo fluxo, em caso de colapso, avaliado quando a barragem estava ativa, era de aproximadamente de quatro a cinco quilômetros.

Esta é uma medida puramente de precaução, visto que a comunidade se situa a 5 km de distância da barragem. A empresa concluiu que não se pode correr absolutamente nenhum risco, e que, apesar do transtorno para a comunidade, esta é a decisão correta.

 A comunidade está sendo transferida para acomodações temporárias. Os membros da comunidade permanecerão acomodados no novo local enquanto testes adicionais estão em andamento e até que a segurança da barragem de rejeitos possa ser 100% garantida.

O Sr. Benjamin Baptista, CEO (Presidente) da ArcelorMittal Brasil, declarou: “Pedimos desculpas à comunidade local pelo transtorno; porém sabemos que esta é a decisão correta e sem dúvida a única decisão que poderíamos tomar. As autoridades locais concordaram. Procuraremos retornar as pessoas para suas casas o tão logo possível, embora à esta altura não seja possível dizer quando será. Especialistas continuam a inspecionar e analisar as condições da barragem de rejeitos e, no caso de terem que ser implementadas novas medidas para maior garantia da barragem, isso será feito o mais rapidamente possível. Agradecemos a compreensão dos empregados e da comunidade, neste momento difícil.”

Sebastiao Costa Filho, CEO da ArcelorMittal Mineração Brasil, disse: “Nossa absoluta prioridade é assegurar que nosso pessoal e a comunidade estejam seguros.  Manteremos constante contato com aqueles afetados para mantê-los atualizados sobre a situação. Tão logo tenhamos mais informações, faremos novos pronunciamentos. Gostaria de agradecer a todos os afetados – esta é claramente uma situação difícil e esperamos que ela seja resolvida o mais rapidamente possível.”  

A mina de Serra Azul está localizada em Itatiaiuçu, Minas Gerais. Ela produz 1.2 milhões de toneladas de concentrado e minério granulado. A barragem de rejeitos, que é do tipo à montante, tem estado desativada desde Outubro de 2012.  É a única do tipo “à montante” dentre as barragens da empresa.

Vale dispara alerta de rompimento de barragem em Barão de Cocais e moradores são retirados de casa

Moradores foram levados, inicialmente, para o Ginásio de Barão de Cocais

Reportagem: Pacheco de Souza / Foto feita por moradores

“Essa é uma situação real de emergência de rompimento de barragem, abandone imediatamente a sua residência e siga a rota de fuga”, informou o carro de som que passou às 03h00 nas proximidades da Mina do Gongo Soco, em Barão de Cocais, Região Central de Minas. O alerta foi dado na madrugada desta sexta-feira, 08 de fevereiro.

O alerta foi dado 15 depois da tragédia do rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, que deixou, até o momento, 157 mortos e 182 desaparecidos.

Segundo a Prefeitura de Barão de Cocais, a barragem da Mina do Gongo Soco foi monitorada pela Agência Nacional de Mineração, Defesa Civil Estadual e Municipal, e pela empresa Vale. A Vale informou que a Declaração de Condição de Estabilidade da estrutura foi negada por uma consultoria. Por isso, a empresa começou a executar o nível 1 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração.

Cerca de 500 moradores foram distribuídos em hotéis de Caetés, Barão de Cocais, Santa Bárbara e em outros hotéis da região.

Em Itatiaiuçu residências também foram evacuadas

A Defesa Civil Estadual confirmou nesta manhã que cerca de 50 moradores da cidade de Itatiaiuçu também foram retirados de suas casas nesta madrugada. A medida foi tomada por precaução devido ao risco de rompimento da barragem da empresa ArcelorMittal. Todos os moradores foram levados para hotéis da região.

A empresa ArcelorMittal ainda não divulgou nota sobre o assunto.  

Equipe Rádio PL FM leva novas doações às vítimas da cidade de Barra Longa

EM MARIANA O RECEBIMENTO DE DOAÇÕES ESTÁ SUSPENDO POR DECISÃO DO PREFEITO DUARTE JÚNIOR

Reportagem e fotos: Pacheco de Souza

Cerca de 800 litros de água mineral foram entregues na cidade

Cerca de 800 litros de água mineral foram entregues na cidade

Nesse domingo, 15 de novembro, a equipe da Rádio PL FM / Mix Notícias voltou à cidade de Barra Longa, no interior de Minas, para levar novas doações às vítimas atingidas pelo rompimento de duas barragens da Mineradora Samarco há 11 dias. O município de aproximadamente 6 mil habitantes ainda tenta refazer o que foi perdido na enxurrada de lama que invadiu o centro e a Zona Rural.

As doações deste domingo foram deixadas na Igreja Assembleia de Deus. Cerca de 800 litros de água mineral, mais de 100 litros de leite, dezenas de quilos de alimentos, material de higiene pessoal e de limpeza, além de uma grande quantidade de roupas e sapatos foram doados por ouvintes da Rádio PL FM e por leitores do Portal Mix Notícias. Uma caminhonete e dois carros de passeio foram usados para transportar o material.

Equipes da Samarco trabalham para limpar Praça do centro coberta por lama

Equipes da Samarco trabalham para limpar Praça do centro coberta por lama. Este é um dos locais que ficou destruído após rompimento das barragens

Na cidade nossa equipe foi recepcionada pela professora Arlinda Natividade Silva que agradeceu às doações. “Nossa cidade está passando por um momento muito difícil e quero agradecer a todos pela solidariedade que estão tendo conosco. Tudo que foi entregue será distribuído através dos agentes de saúde que estão indo às casas das vítimas”, agradeceu.

DOAÇÕES SUSPENSAS EM MARIANA

Em Mariana o prefeito Duarte Júnior suspendeu o recebimento de doações neste domingo (15). Segundo o chefe do executivo, a solidariedade do povo mineiro lotou os espaços disponíveis para guardar as doações e, com isso, será suspensa a campanha por 30 dias até que as famílias sejam colocadas nas casas alugadas pela Samarco e seja distribuído todas as doações recebidas.

Duarte Júnior orienta às pessoas que ainda tenham doações para fazer que encaminhe à sede do Servas em Belo Horizonte.

VEJA ALGUMAS IMAGENS DA DOAÇÃO ATÉ QUE SEJA CONCLUÍDA A EDIÇÃO DO MATERIAL EM VÍDEO

DOAÇÕES EM MARIANA 695 x 451