Reportagem: Pacheco de Souza / Imagem da rede social
Leandro Quintão, tio do Renatinho, criança que nasceu no último dia 07 de junho na Maternidade Dr. Eugênio Gomes de Carvalho, em Pedro Leopoldo, enviou nota contestando o posicionamento do hospital publicado pelo Portal Mix Notícias tarde passada. Segundo Leandro, a morte do seu sobrinho, poucas horas após o parto, não será em vão, pois ele está com “sangue no olho” para brigar pela saúde de Pedro Leopoldo. Veja abaixo a nota enviada pelo tio da criança.
Posicionamento,
Meu sobrinho nasceu de parto eletivo agendado pelo obstetra de Pedro Leopoldo faltando 1 dia para completar 38 semanas de gestação.
Minha irmã fez todo o pré natal e todos os exames estavam perfeitos, ela tem diabetes porém totalmente controlada, sendo assim ela confiou no obstetra que garantiu que a maternidade de Pedro Leopoldo teria toda a estrutura para ela ter o seu filho, porém o que aconteceu provou totalmente o contrário.
O Renatinho nasceu de parto cesárea por volta de 8h da manhã, nasceu aparentemente bem, mas pouco tempo depois ele começou a apresentar insuficiência respiratória levaram ele para uma incubadora,colocaram uma sonda de alimentação e algumas medicações e estavam esperando um milagre para ele melhorar, não solicitam uma transferência imediata visto que se ele piorasse eles não teriam condições de tratar.
Por volta das 13h minha tia que é médica o visitou e constatou que a respiração dele estava ruim e falou ao pediatria para transferi-lo, já que na maternidade não possui respirador para estar entubando a criança.
Mas por volta das 15:30 meu pai foi até o pediatra e ele falou que não iria precisar transferir que ele estava bem e que tudo aquilo era normal.
Porém não estava nada normal, o Renatinho só foi piorando com muita falta de ar, e por volta das 20h eu e minha esposa fomos até a maternidade o plantão noturno estava procurando uma vaga em alguma UTI neonatal em Belo Horizonte e por volta das 22:00 conseguiram no Hospital Sofia feldma,porém a prefeitura de Pedro Leopoldo não possui nenhuma ambulância neonatal e o SAMU não atendem nosso município, tínhamos a vaga que teoricamente é o mais difícil de conseguir e não tínhamos uma ambulância se quer para transportá-lo, ou seja a maternidade não tem estrutura para atender com um respirador e nem médicos especializados e não tem uma estrutura para transportar a criança, que seria o básico, se não conseguem tratar pelo menos tenham como transportar.
Conseguimos uma ambulância de Sete Lagoas com muita dificuldade já era meia noite, eles chegaram por volta das duas horas da manhã, porém já era muito tarde meu sobrinho já estava com a saturação de oxigênio de 40 pela falta de atendimento adequando, no momento da entubação pelos profissionais da ambulância ele faleceu.
Depois que fiz os vídeos relatando o acontecimento com meu sobrinho, dezenas de mães e pais relataram que ocorrem o mesmo com seus filhos na mesma maternidade, nasceram precisando de um pediatra qualificado ou uma transferência e não tiveram, e assim como Renatinho, foram a óbito por falta de assistência tanto dos médicos da maternidade quanto da prefeitura por não fornecerem uma ambulância neonatal.