Entre os suspeitos estão um Policial Civil de Belo Horizonte e o filho de uma Desembargadora que mora em Pedro Leopoldo
Reportagem e fotos: Pacheco de Souza
Ao lado dos investigadores Roberval e Marcelo, o Delegado Dr. Ednelton Carracci (centro) deu detalhes da operação
A Polícia Civil de Matozinhos realiza na manhã desta quarta-feira (01 de junho) uma Mega Operação na cidade para desarticular uma quadrilha especializada em furto, roubo e clonagem de veículos. Entre os suspeitos estão um Policial Civil de Belo Horizonte e o filho de uma Desembargadora que mora em Pedro Leopoldo.
Segundo o Delegado Dr. Ednelton Carraci (no centro da foto), a quadrilha agia há pelo menos dez anos nas cidades de Pedro Leopoldo, Matozinhos, Sete Lagoas, Belo Horizonte e Caetanópolis.
Pedro disse que não sabe porque está preso
A Operação denominada “Worker” teve início em março deste ano com a prisão do homem que é apontado como líder da quadrilha, Antônio Alvim Aguiar de Andrade, de 37 anos. Ele é morador do bairro Andyara em Pedro Leopoldo, mas segundo a Polícia ele tinha uma oficina de fachada no bairro Presidente em Matozinhos. Durante as investigações a Polícia Civil interceptou várias ligações telefônicas entre membros da quadrilha.
Dez pessoas foram presas e outras quatro estão foragidas, entre os presos estão: Antônio Alvim Aguiar de Andrade, 37 anos, Walison Moia Ribas, 28 anos, Leonardo Cota Teles (vulgo Zé), de 32 anos, Luiz Fernando Nunes Mota, 26 anos, Pedro de Castilho Duarte, 38 anos, Viviane Fiel Valério Guimaro, 34 anos, Wilde Moreira Araújo, 42 anos, Wanderley Martins, 52 anos, Carlos Eduardo Araújo, 35 anos, Paulo Guilherme Veloso Pereira, 24 anos.
Estão foragidos: Wellington Carlos Moreira, de 33 anos, Gerson Júnior Silva de Freitas, 34 anos, Gleyson Márcio de Freitas, 26 anos, Adalberto Felipe Soares da Silva (Betão), 29 anos.
No total foram cumpridos 14 mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão. A Polícia apreendeu ainda 18 caminhões e 04 carros de passeio.
A suposta participação do Policial Civil será investigada, mas o Delegado responsável pela investigação revelou que este caso está na corregedoria de Polícia. O nome do servidor público estadual não foi passado, mas uma fonte da Polícia Civil informou à nossa equipe que ele é lotado em uma Delegacia de Belo Horizonte.
Polícia diz que Viviane foi pega numa interceptação telefônica encomendando uma moto
O OUTRO LADO
Nossa equipe tentou conversar com Antônio Alvim, mas ele se manteve o tempo todo de cabeça baixa e não respondeu as perguntas da reportagem. Pedro de Castilho, negou as acusações e disse que não sabia porque está preso. Viviane Fiel Valério (foto) disse que é mãe de família e mulher de respeito, e que não tem nada haver com a quadrilha. Ainda segundo a mulher ela apenas passou um final de semana no sítio do Leonardo Cota, popularmente conhecido com “Zé”.
No entanto, em uma interceptação telefônica feita pela Polícia, durante uma conversa que a Polícia diz ser entre Viviane e o “Zé”, ela estaria encomendando uma moto CB 300 para o rapaz e promete pagar com um telefone. Na mesma ligação o “Zé” fala que já estava em Lagoa Santa procurando a encomenda. “Estou em Lagoa Santa desde às dez da manhã, se eu não consegui no 155 eu vou arrumar um revólver”, comentou o acusado outro lado da linha.
Carlos Eduardo nega acusação
Outro suspeito ouvido pela nossa equipe foi o caminhoneiro Carlos Eduardo Araújo. “Ainda não conversei com o delegado para saber porque estou preso. Tem muita gente trabalhadora aqui que estão presos de forma injusta”, se defendeu.
Os demais acusados presos não quiseram gravar entrevistas com os veículos de imprensa que cobriram a ocorrência.
Atualizada às 19h00.