DENÚNCIA: Pneus aumentam risco de dengue na estrada da Holcim

ESPÉCIE DE BOTA FORA ESTÁ LOCALIZADO À BEIRA DA ESTRADA, ENTRE PEDRO LEOPOLDO E MATOZINHOS

Reportagem e fotos: Pacheco de Souza

Há dias no local

Há dias no local

Chama a atenção de quem passa pela estrada da Holcim, entre Pedro Leopoldo e Matozinhos, a grande quantidade de pneus jogados embaixo da correia transportadora da empresa. O local vem se transformando ao longo dos anos em uma espécie de bota fora, onde alguns caminhoneiros param para dispensar resíduos que sobram entre uma viagem e outra, antes mesmo de carregar o veículo para novo transporte de cargas pelas estradas do Brasil.

Caminhão parado à beira da estrada neste local tem se tornado comum, seja por motivo de manutenção e enlonamento da carga ou até mesmo para dispensar algo de sobrou da viagem anterior. Nossa equipe percorreu o trecho a pé e encontrou uma grande quantidade de pneus jogados à beira da estrada, outros estão enterrados no meio da mata. Também encontramos lonas rasgadas, latas de 20 litros vazias e outros tipos de resíduos, como: sacolas plásticas, pequenos montes de areia acumulados ao longo da via, brita e outros matérias que nossa equipe não conseguiu identificar.

PNEUS JOGADOS NA ESTRADA DA HOLCIM EM PL (6) 345 x 229

Latas vazias espalhadas pelo mato

LIMPEZA

É fato que a Holcim sempre faz a limpeza ao longo deste trecho, desde a Fábrica de Cimentos até o trevo na rodovia MG-424, além de roçar o mato quando está alto, mas se não tiver um apoio da população e dos próprios motoristas essa atitude pode custar caro à saúde da população local. Vale registrar que além do risco de dengue, a cidade de Matozinhos já teve um caso de Febre Chikungunya (Dengue II) registrado neste ano.

Na tarde de ontem nossa equipe levou o caso ao conhecimento da Secretária Municipal do Meio Ambiente, Elizabeth Almeida e ela ficou de tomar uma providência.

O OUTRO LADO

Nesta manhã tentamos vários contatos com a Fábrica de Pedro Leopoldo para saber o posicionamento da empresa sobre o assunto, mas até o momento os telefones informados não atendem.

Aguarde novas informações.

Confirmado primeiro caso de febre chikungunya em Minas Gerais

Matozinhos na Região Metropolitana de Belo Horizonte foi a primeira cidade do estado a diagnosticar a doença

Reportagem e foto: Pacheco de Souza / Fonte Rádio Itatiaia FM

Praça Bom Jesus em Matozinhos

Praça Bom Jesus em Matozinhos

O primeiro caso de febre chikungunya transmitido em Minas foi confirmado nesta segunda-feira pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), em coletiva na Cidade Administrativa. A doença foi confirmada por exames feitos na Fundação Ezequiel Dias (Funed).

Trata-se de uma mulher de 48 anos, que vive em Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ela não teve o nome revelado.

A vítima sentiu os primeiros sintomas da doença no dia 27 de agosto deste ano. A mulher está bem e relatou que sentiu dores de baixa intensidade nas articulações dos ombros, quadril e joelhos.

Outros municípios mineiros também têm casos suspeitos da febre: Belo Horizonte, Contagem, Montes Claros, Coronel Fabriciano e Viçosa. Foram descartados casos suspeitos em Mato Verde, Itaúna, Alfenas e Santo Antônio do Monte.

Para evitar a transmissão do vírus é fundamental que as pessoas reforcem as medidas de eliminação dos criadouros dos mosquitos. As medidas são as mesmas para o controle da dengue.

A partir desta terça-feira (14), a SES-MG prometeu realizar uma força-tarefa em Matozinhos, onde haverá fumacê e a capacitação de profissionais médicos.

Histórico da doença 
A febre chikungunya foi identificada pela primeira vez na Tanzânia, no início de 1952, e desde então têm sido relatados surtos periódicos da doença na Ásia e no continente africano.

De acordo com o estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), o nome chikungunya tem sua origem em uma palavra em maconde (língua dos povos macondes que habitam o norte de Moçambique e o sul da Tanzânia) que significa “aqueles que se dobram”, descrevendo a aparência encurvada dos pacientes que se contorcem por causa das dores intensas nas articulações.

Sintomas

O vírus causador da doença é o CHIKV, do gênero Alphavirus, que provoca febre alta, conjuntivite, dor e inchaço nas articulações (especialmente nas mãos e nos pés), além do aparecimento de pequenas pústulas na pele (exantema) e de outros sintomas característicos da virose como dor de cabeça, dor muscular, vômito e fadiga.

Em alguns casos, a dor nas articulações é tão forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora.

A febre chikungunya, no entanto, costuma ter menos complicações que a dengue e não há registro de forma de manifestação hemorrágica da doença, sendo as mortes relacionadas à infecção por CHIKV bastante incomuns.

Transmissão

São dois os principais vetores do CHIKV: os mosquitos Aedes aegypti Aedes albopictus, muito comuns nas áreas tropicais, mas também presentes em latitudes mais temperadas.

Após contato com o vírus, os mosquitos tornam-se capazes de transmitir o vírus em cerca de dez dias a um hospedeiro suscetível, tal como o ser humano. Este, depois de ser picado pelo mosquito infectado com o vírus, leva de três a sete dias para começar a sentir os sintomas da doença. Passados os sintomas, o paciente deixa de transmitir a doença.

Para se ter uma ideia da capacidade de propagação da doença, em 2006, um surto da epidemia atingiu a Índia ocasionando mais de 1,5 milhões de casos.

De acordo com a OMS, as autoridades locais de saúde devem ficar alertas, pois dada a distribuição dos vetores (mosquitos) pelas Américas, toda a região se torna muito suscetível à introdução e à propagação do vírus.

Tratamento 

Com sintomas muito parecidos aos de outras doenças, a confirmação do diagnóstico é feito a partir da análise clínica de amostras de sangue.

O tratamento contra a febre chikungunya é sintomático, ou seja, analgésicos e antitérmicos, sempre sob supervisão médica, são indicados para aliviar os sintomas. Medidas como beber bastante água e guardar repouso também ajudam na recuperação.

Anti-inflamatórios e até fisioterapia podem ser indicados ao paciente se a dor nas articulações persistir mesmo depois da febre ter cessado.

Prevenção

Como não existe ainda uma vacina contra a febre chikungunya, o melhor meio de prevenir a doença é combater a proliferação dos mosquitos transmissores da doença. No caso do Aedes aegypti, cuja ocorrência é mais urbana, deve-se evitar o acúmulo de lixo e objetos que possam acumular água parada para servir de criadouro do mosquito. Já no caso do Aedes albopictus, o combate é dificultado por ele viver e se reproduzir em ambientes com maior cobertura vegetal, como matas e áreas suburbanas e por se alimentar, ao contrário do Aedes aegypti, com certa frequência do sangue de outros animais vertebrados, como cachorros, gatos e bois.

Por isso, recomenda-se que qualquer caso suspeito de infecção pelo CHIKV seja notificado em até 24 horas para os órgãos oficiais dos serviços de saúde, para que sejam identificados e isolados os focos de transmissão da doença.