EQUIPE DO MIX NOTÍCIAS APURA CASO DE RAPAZ INTERNADO NO PA CENTRAL

Diego Fabrício Fonseca aguardava transferência para um hospital do SUS há 21 dias. Familiares fizeram manifestação e reivindicações. 

Reportagem: Luciana Gonçalves / Fotos e entrevistas: Pacheco de souza

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Situação do pé de Diego enquanto esperava vaga para hospital do SUS

A equipe conversou com a Dona Lourdes, mãe do Diego, de 27 anos, com a secretária de saúde de Pedro Leopoldo Heloísa Rodrigues e com o diretor do PA Central Dr. João Henrique. O rapaz foi finalmente transferido para um hospital em Divinópolis no dia 25, após o protesto dos familiares.

Confira os depoimentos:

Dona Lourdes mãe de Diego: “estou reivindicando a transferência do meu filho a 21 dias e ninguém resolve. Existe um laudo médico constatando que ele corre o risco de amputar o pé, a secretária de saúde me disse que ele seria transferido para um hospital particular mas nada. Depois da manifestação conseguiram uma vaga em Divinópolis mas eu só saio daqui com a certeza dessa transferência. Não quero que meu filho fique em um corredor de hospital. Ele teve um acidente de moto e o pé dele foi prensado no motor da moto. Ontem 20 dias depois tiveram que buscar uma enfermeira do Santa Tereza só pra limpar o pé dele, porque foi feito uma sutura com sujeira e tudo dentro do pé dele, tinha pedacinhos de asfalto, pedra, eu mesma presenciei a limpeza que ela fez. Fui na prefeitura pedi, fiz uma manifestação pacífica mas nada. Apareceram o Salim e o Sargento Aziz falaram que iam ajudar mas queriam era impedir a gente de fazer escândalo dentro da prefeitura.”

Depois de ouvir a Dona Lourdes, a equipe procurou a secretaria de saúde do município para apurar o caso. Heloísa Rodrigues esclareceu: “o protesto aconteceu quando a vaga já estava sendo disponibilizada. É importante esclarecer para a população que qualquer paciente que esteja em uma de nossas unidades e necessite de vagas para outros hospitais do SUS, esta transferência é regulada por uma central que chama SUS Fácil, é uma central estadual que regula todos os leitos do estado. Existe um número de leitos menor do que a demanda e por isso já existem projetos e propostas para a criação de novos leitos em hospitais de maior complexidade. Os pacientes são cadastrados nessa central e a partir do momento que a vaga é liberada é que nós podemos transferir o paciente. Essa responsabilidade da vaga é do Estado e não do município. Algumas situações demoram mais do que outras, dependendo da especialidade a vaga é conseguida rapidamente outras vezes demora mais e em outros casos se necessário é feita até a compra de um leito particular, como aconteceu com a senhora da Quinta do Sumidouro. A vaga para o rapaz no hospital Santa Mônica em Divinópolis, o Estado comprou a vaga. Não é verdade que ele aguarda a vaga por 21 dias como a família vem afirmando, tem 21 dias que ele sofreu o acidente, ficou internado por dois dias e retornou a unidade para fazer o acompanhamento, pois a decisão médica foi pelo atendimento clínico, a partir do momento que a decisão médica decidiu que deveria ser feito uma cirurgia é que ele foi então internado, o que aconteceu na quinta-feira, então ele foi cadastrado nessa central no dia 20 e estávamos aguardando a vaga. São 853 município e essa central é dividia em macro regiões e controla todos os leitos, infelizmente o número de leitos disponíveis é inferior a demanda.”

Dr. João Henrique que é clínico cirurgião e diretor do PA Central também manifestou vontade de falar sobre o caso, afinal foi sua equipe que prestou o atendimento ao Diego: “ele chegou aqui no PA no dia 05 de fevereiro às 23h31 com uma lesão extensa nos dois lados do pé, vítima de um acidente entre uma moto e um veículo, ele teve o pé prensado entre o carro e o motor da moto, foi atendido por um médico que fez a limpeza e a sutura do local. No dia seguinte o ortopedista fez a avaliação e constatou que a lesão na pele era muito extensa, não houve lesão óssea, então foi optado pela observação. Ele foi liberado e ficou aos cuidados de curativo. No dia 12 eu fiz um segundo atendimento dele, realmente havia hematomas, não havia caco de vidro, sujeira, nada disso, foi retirado os pontos, drenado o hematoma e optado por observação, tomando antibióticos aguardando a evolução até o dia seguinte para então o outro cirurgião fazer uma nova avaliação para ver qual seria a providência que seria tomada. Havia um comprometimento na pele, então optou-se que deveria ser feita a transferência para Belo Horizonte porque seria um procedimento mais complexo. A partir daí veio o cadastramento na central e não havia vaga disponível. Pra gente como médico também é angustiante, a gente sabe que o paciente precisa da vaga, precisa das providências serem tomadas e não pode fazer nada, a gente não tem essa disponibilidade aqui então tem que ir pra BH para um hospital de grande porte. A respeito da enfermeira que veio do Santa Teresa, optei por chama-la porque ela já é experiente no tratamento desse tipo de lesão, do curativo que o rapaz precisava, não é que não havia gente aqui, mas eu achei que a Clésia era a pessoa mais adequada para prestar o atendimento naquele momento. Nosso ambulatório tem 150 pacientes e ela é a pessoa mais qualificada. O serviço de curativos da unidade é bem feito, é complexo, muito mais do que uma simples gase com uma pomada sobre um ferimento, são diversos cuidados a serem tomados, há um acompanhamento da evolução do paciente, inclusive com registros fotográficos então ela era a pessoa mais adequada.”

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Manifestação bloqueou acesso para o bairro São Geraldo

Confira aqui matéria sobre o protesto no dia 25.

 

IDOSA INTERNADA NO PA CENTRAL SOFRE COM ERROS E DEMORA NO TRATAMENTO

APÓS VÁRIAS IDAS E VINDAS ENTRE POSTO DE SAÚDE E PA CENTRAL, O ESTADO DE SAÚDE DA SENHORA DE 79 ANOS AGORA É GRAVE

Reportagem Luciana Gonçalves / Fotos: Pacheco de Souza

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Hospital Municipal de Pedro Leopoldo – PA Central

Edna Teixeira de Lima está internada no PA Central  em Pedro Leopoldo e precisa com urgência ser transferida para um hospital do SUS em Belo Horizonte para fazer uma cirurgia. Mas o caso dela veio se agravando há alguns dias. Em conversa com Andréia Sabrine, neta de dona Edna, e Cleonice, filha, podemos entender o drama pelo qual a família vem passando:

Segundo elas, a senhora se queixava de fortes dores na barriga e foi levada na segunda – feira (27) para o PA Central onde permaneceu em observação até na terça por volta das 18h00 quando foi liberada. Foi diagnosticada infecção de urina e tratada com antibióticos. Mas na mesma noite já em casa, Dona Edna voltou a passar mal, desta vez com dificuldades para urinar e regurgitando. Na quarta – feira, no posto de saúde de Fidalgo o médico novamente encaminhou para o PA Central com um pedido de lavagem pois havia uma grande distensão no intestino. No PA, desta vez tendo os exames avaliados por outro médico,novamente o diagnóstico foi infecção de urina e o mesmo tratamento com antibióticos e Buscopan foi ministrado. Na sexta -feira dia 31, a senhora foi novamente internada no PA onde se encontra até hoje, porém está desde o sábado sem se alimentar, devido a uma sonda colocada no nariz por onde as fezes estão saindo. O quadro dela esta cada dia pior, a barriga está inchada e esta com febre também.

Somente nesta segunda – feira (03) é que  o disgnóstico correto foi confirmado após exames de ultrassonografia e tomografia: pedra na vesícula. Após avaliação de um cirurgião finalmente foi dado o encaminhamento para Belo Horizonte. Porém, não é fácil conseguir uma vaga, o processo pode demorar muitos dias e oficialmente a senhora só entrou na Central de Leitos no dia 03. A família está indignada pois outras duas pessoas, uma delas o filho de Cleonice de 15 anos, faleceu no PA Central a quatro anos atrás, devido ao mesmo problema de diagnóstico tardio e transferência para Belo Horizonte. De acordo com Cleonice, eles ainda enfrentam o transtorno em relação ao acompanhamento de dona Edna, ela afirma que são necessárias duas pessoas para cuidar da sua mãe, mas o pessoal do PA quer permitir somente uma e isso tem gerado discussões.

Corpo de serralheiro fica quase 24 horas dentro do banheiro do PA Central aguardando rabecão

Homem assassinado no final da tarde de ontem só foi removido para o IML por volta das 14 horas de hoje

Reportagem e foto: Pacheco de Souza

CORPO DE PESSOAS FALECIDAS SÃO COLOCADOS DENTRO DO BANHEIRO DOS FUNCIONÁRIOS DO PA CENTRAL

CORPO DE PESSOAS FALECIDAS SÃO COLOCADOS DENTRO DO BANHEIRO DOS FUNCIONÁRIOS DO PA CENTRAL

Não bastasse a dor de perder um ente querido assassinado de maneira covarde na tarde desse sábado dia 9, em Fidalgo, familiares do serralheiro Alvimar da Fonseca, 41 anos, ficaram quase 24 horas no Pronto Atendimento de Pedro Leopoldo aguardando o rabecão para remover o corpo da vítima para o IML de Belo Horizonte.

A demora para remover o corpo deixou os parentes da vítima angustiados, um dos motivos é porque o corpo de Alvimar foi colocado dentro do banheiro dos funcionários do Pronto Atendimento, pois na unidade de saúde ainda não há necrotério. Para piorar a situação o Posto Médico Legal da cidade inaugurado na gestão passada está desativado há anos, supostamente pela falta do médico legista.

Autoridades políticas da cidade, o Portal Mix Notícias, a Rádio PL FM e até o comando da Polícia Militar local foram acionados para tentar orientar a família e buscar uma solução mais rápida junto ao IML, mas a explicação era a mesma para todos que tentavam intervir. “Estamos com muita demanda na região para atender e o veículo que está fazendo a remoção dos corpos apresentou um problema mecânico, vamos atender de acordo com a prioridade”, informou a funcionária do IML.

Dois vereadores da Câmara Municipal de Pedro Leopoldo foram ao Pronto Atendimento da cidade e ficaram chateados em saber que os corpos dos falecidos são deixados dentro de um banheiro. “Vamos pedir a prefeita para fazer um necrotério para colocar os corpos, assim evita esse desconforto para os familiares”, disse o vereador Vicente Pereira da Cruz – PDT.

“A situação é constrangedora, deixar um corpo dentro de um banheiro porque não tem necrotério. Vamos sentar na próxima semana com a prefeita Eloísa para pedir a reabertura do Posto Médico Legal e voltar com essa prestação de serviço à comunidade”, prometeu o vereador Geraldo Mendes Filho – PMDB.

ASSASSINO SE ENTREGA

De acordo com a Polícia Militar, o acusado de matar o serralheiro se entregou na manhã desse domingo (10), na 179 Companhia da PM de Vespasiano. O suspeito teria passado a noite na casa de uma irmã no bairro Sélvia na mesma cidade e pela manhã procurou a Polícia Militar.