Acolher e dar dignidade: Prefeitura tira moradores de rua da praça Tancredo Neves

Reportagem: Lívia Laudares / Fotos: PMPL

Na última semana, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Pedro Leopoldo concluiu o trabalho de acompanhamento aos moradores de rua que, há meses, estavam vivendo na Praça Tancredo Neves, no centro da cidade. Na quarta-feira (12), o local foi desocupado e os moradores de rua encaminhados para suas respectivas famílias, alguns para clínicas de recuperação e outros para casas de acolhimento. Um dos indivíduos estava foragido e foi detido pela Polícia Militar.

Desde fevereiro, os assistentes sociais da Secretaria estão em contato direto com os moradores de rua com o intuito de conhecer as histórias de vida de cada um e oferecer ajuda. “A situação de rua é uma questão complexa e, como tal, requer soluções que não são simples. A nossa metodologia de trabalho é baseada no respeito à vida e à dignidade humana. Ou seja, é um trabalho humanizado e cuidadoso. Como pudemos comprovar em nossas visitas, muitos dos que viviam na Praça têm família, alguns têm profissão e apontavam o desejo de se reerguer. Então fizemos esse trabalho de costura dos vínculos familiares e de encaminhamento para o tratamento que cada um necessitava e aceitou, dentro das opções disponíveis”, explicou a Secretária de Desenvolvimento Social, Fátima Brasil.

Em relação à Praça, a Prefeitura espera desenvolver atividades culturais para que a sociedade de aproprie novamente do espaço que a pertence. “A Praça Tancredo Neves está bem localizada e tem estrutura para receber atrações culturais. Queremos fazer dela um ponto pulsante de encontro da família e juventude pedroleopoldense”, ressaltou o Prefeito Cristiano Marião.

Cultura na Praça

O primeiro passo para o resgate do público na Praça Tancredo Neves foi dado no último domingo, com a apresentação circense da Companhia Picadeiro Ambulante. Famílias compareceram e se divertiram com a irreverência dos palhaços. Além de marcar o retorno do projeto, a apresentação introduziu uma grande novidade: este ano, as intervenções do Cine-Circo serão itinerantes.

Fonte: Assessoria de Comunicação da PMPL

Moradores de rua fazem o que querem na cara das autoridades de Pedro Leopoldo

Seria falta de políticas públicas ou falta de vontade política?

Reportagem e fotos: Pacheco de Souza

Moradores de rua (1)Quem passa pela Praça Getúlio Vargas no centro de Pedro Leopoldo, tem a impressão de que a cidade não tem limpeza urbana, coleta de lixo, ou até mesmo, parece que estamos em uma cidade abandonada. O motivo é a quantidade de lixo espalhado pela praça, possivelmente jogados pelos moradores de rua que estão no local há algum tempo.

Moradores de rua (2)Espalhados por todo canto da praça, eles dormem em colchonetes colocados em cima de papelão, ligam aparelho de TV, som e ainda aproveitam para beber uma cachaça durante o dia e a noite. Inconformados a situação, os vizinhos reclamam, mas as autoridades pouco fazem para solucionar o problema. “Eu estou com muita raiva, a palavra certa é essa, raiva. Será que não vão fazer alguma coisa com esse povo que está morando na praça”, questionou Marcos Carrusca na rede social hoje pela manhã.

Moradores de rua (3)A empresária Ana Cristina Nery aponta o que pode ser uma solução. “O problema é justamente as pessoas que estão fazendo “caridade”. Não acho certo. A praça é um local publico e que é de uso comum de todos. Está ficando fácil em PL, quer abrir um comércio não precisa locar espaço ou pagar impostos, monte a sua banca no passeio. Quer morar pode ser na praça ou em qualquer outro local, desde que seja publico… Se são pessoas sem oportunidade (o que não acredito, pois um deles é ex-gari e foi visto outro dia no Banco do Brasil sacando dinheiro no caixa eletrônico) ou problemas com drogas ou álcool que sejam encaminhados para tratamento ou para a família”. desabafou a moradora na rede social.

Moradores de rua (4)O Mix Notícias esteve no local no início da tarde de hoje acompanhando uma abordagem da Polícia Militar aos moradores, mas o trabalho da PM durou pouco, assim que os policiais deixaram a praça os moradores ligaram o som e voltaram a vida normal.

Na Praça conversamos com o casal Viviane e Júnior, visivelmente alcoolizados o casal que tem família na cidade dizem que não vão voltar para a casa. “Nós moramos aqui porque gostamos. O povo que passa aqui dá nós comida e até dinheiro para comprar cachaça”, explicou.

Segurando a garrafa de cachaça Viviane acrescenta que na hora “H” eles vão para o Ginásio do Ceppel. ““Não fazemos sexo na praça, quando queremos transar vamos para o Ceppel, lá nós tomamos banho, trocamos de roupa e fazemos nossas necessidades”, concluiu.

A casa, ou melhor, a praça também é dividida com a moradora Ilma Santos de Oliveira, natural de Itamarandiba no Vale do Jequitinhonha e mais outros dois moradores do sexo masculino.

Em recente conversa com o Secretário de Ação Social do município, Leonardo Cardoso de Barros, fomos informados que sua secretaria já fez tudo que podia ser feito para tirar esses moradores das ruas e eles não aceitam ajuda. O Secretário concluiu dizendo, “esse é um caso de polícia”.

Confira amanhã (28/12) no programa Cidade Urgente da Rádio PL FM, às 11h, entrevista com os moradores da Praça Getúlio Vargas.