Reportagem e fotos: Ingryd Rodrigues
Aconteceu neste sábado (26) a Marcha da Maconha em Belo horizonte. Este ano, a Marcha completa dez anos de existência. Evento totalmente legal, direito adquirido através de muita luta, mas agora resguardado pelo Supremo Tribunal Federal.
As principais reivindicações da Marcha são uma revisão das leis de drogas no Brasil e o direito ao cultivo em casa para usuários e pacientes de maconha medicinal.
A marcha trás a tona importantes problemáticas envolvendo a proibição da maconha no Brasil, uma vez que se desprende muito tempo e dinheiro do país para operações que simplesmente não resultam em nenhuma eficácia, seja na diminuição da violência, do tráfico, do crime organizado e até mesmo do uso.
Enquanto o Brasil perde dinheiro enxugando gelo nesta guerra, o Colorado nos Estados Unidos por exemplo, onde a maconha foi legalizada, usa dos milhões de dólares arrecadados em impostos para contratar professores, construir escolas e ajudar pessoas carentes.
Para além disso, os usos medicinais da maconha são cada vez mais conhecidos e comprovados em doenças como: câncer, esclerose, Parkinson, alzheimer, epilepsia, fibromialgia, autismo, diabetes, dores crônicas e inúmeras outras doenças. O uso recreativo também vem sendo reconhecido como tratamento para depressão e ansiedade. A Anvisa já liberou a importação de remédios com base de componentes da maconha, entretanto por preços extremamente caros de um produto (óleo retirado da maconha) que pode ser facilmente produzido artesanalmente.
E se você pensa que essa luta não tem nada a ver com o contexto atual, podemos relembrar que a maconha é proibida no Brasil para fins industriais, o cânhamo (que também é maconha, porém sem princípios psicoativos), pode ser usado na fabricação de milhares de produtos, sendo uma matéria-prima renovável e mais ecológica do que muitas que existem. Inclusive é possível produzir combustível a partir do cânhamo, de forma muito mais barata e sustentável.
A proibição gasta uma quantia grande de dinheiro público, criminaliza e mata principalmente negros e pobres, que independente de usuários ou não, traficantes ou não, acabam carregando um estereótipo que faz com que tenham uma opressão muito maior do que brancos na mesma situação.
É importante discutir questões consideradas tabus, muitas vezes a falta de informação faz com que se crie barreiras entre você e o conhecimento da realidade. A jornalista Ingryd Rodrigues, produziu um documentário falando sobre o assunto. Nele pode se observar a opinião de professores, médicos, pacientes, ativistas e muito mais. Se você se interessa em entender um pouco melhor essa questão, assista ao documentário Planta Clandestina. Disponível aqui.