OPERAÇÃO LAVAGEM II: Polícia Civil faz nova operação em Confins na Grande BH

MANDADOS DE BUSCA E APREENSÃO SÃO CUMPRIDOS NA CASA DE VEREADORES DA CIDADE EM CASAS DE SECRETÁRIOS DO MUNICÍPIO

Reportagem: Pacheco de Souza / Foto Expedito Nogueira

Apartamento de uma "conhecida" de um vereador foi alvo da Polícia em Pedro Leopoldo

Apartamento de uma “conhecida” de um vereador foi alvo da Polícia em Pedro Leopoldo

No dia mundial de combate à corrupção, a Polícia Civil de Confins na Região Metropolitana de Belo Horizonte faz nova operação nesta manhã de terça-feira (09 de dezembro) no município, para tentar apreender documentos que contribua com a investigação que apura suposta fraude em licitações da cidade. Esta é a terceira fase da da operação iniciada em setembro deste ano. Várias pessoas já foram conduzidas para a Delegacia de Polícia Civil da cidade.

De acordo com alguns moradores que já fizeram contato com a nossa redação, os Policiais estiveram na região de Tavares, no centro em outros bairros do município. O alvo da Polícia são casas de vereadores, residências de secretários municipais e de funcionários que trabalham na comissão de licitações da prefeitura municipal.

Vereador Aladir

Vereador Aladir

Em Pedro Leopoldo um prédio onde supostamente mora uma mulher “conhecida” de um vereador de Confins também foi alvo dos investigadores nesta manhã, os Policiais chegaram cedo ao apartamento localizado à Rua Comendador Antônio Alves, a mulher não foi encontrada, mas os investigadores conseguiram entrar no apartamento em busca de documentos e objetos.

Um morador de Confins comemora a ação da Polícia na cidade, “a operação caça-ratos está de volta, aqui amanheceu tomado de Polícia, eles estão por toda parte”, comentou o cidadão que presenciou as buscas na casa de um vereador.

CASO ALADIR

Desde o dia 29 de setembro a Polícia Civil de Confins apura uma suposta participação do vereador Aladir José Pessoa de Souza, de 48 anos, nas licitações que ocorriam na cidade. O ex-presidente da Câmara Municipal é acusado de influenciar para afastar os licitantes e favorecer sua empresa no certame. Aladir chegou a ser preso, mas foi libertado dias depois da prisão.

NOTA DA POLÍCIA CIVIL

Delegado Dr. Jonas Tomazi

Delegado Dr. Jonas Tomazi

A Polícia Civil deflagra mega operação para desarticular organização criminosa envolvida em fraudes em licitações, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e corrupção. Esta é a sequência das duas operações anteriores que revelaram a presença de um esquema organizado na cidade de Confins e região envolvendo pessoas ligadas ao Vereador Aladir, preso na primeira operação.

O objetivo da Polícia Civil é cumprir 24 mandados de busca e apreensão e diversos mandados de prisão preventiva e temporária, que serão divulgados no final da operação.

A mega operação está sendo deflagrada simultaneamente nos municípios de Confins, Vespasiano, Sete Lagoas, Santa Luzia e Belo Horizonte, e conta com a presença de 115 Policiais Civis, incluindo Policiais de delegacias especializadas, do Setor de Inteligência, do Laboratório De Combate a Lavagem de Dinheiro e de toda a região metropolitana.

Delegacia de Confins

Delegacia de Confins

O Delegado de Polícia Civil, Dr. Jonas Tomazi, esclarece que a operação ocorre justamente no dia INTERNACIONAL DE COMBATE À CORRUPÇÃO (09/12/14) e tem por objetivo, além de esclarecer os crimes investigados, mostrar para a sociedade a importância da investigação e repressão à criminalidade do colarinho branco. Criminalidade essa que é responsável pelo desvio do dinheiro público e consequente má prestação dos serviços básicos à sociedade, como educação, saúde e segurança.

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DELEGADO COMENTA PRISÃO DE VEREADOR EM CONFINS

POPULAÇÃO HOSTILIZA PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL NA SAÍDA DA DELEGACIA

Reportagem e fotos: Pacheco de Souza

Foto do acusado enviada por um morador

Foto do acusado enviada por um morador

A notícia trazida em primeira mão pela equipe do Portal Mix Notícias na tarde de ontem é o assunto mais comentado nesta manhã em Confins, região metropolitana de Belo Horizonte. Moradores do município estão assustados com a prisão do presidente da Câmara Municipal, vereador Aladir José Pessoa de Souza, de 48 anos. O parlamentar é acusado em uma investigação da Polícia Civil de influenciar nas licitações para favorecer sua própria empresa, a NEXT COMERCIAL EIRELI-ME.

Além do presidente da Câmara Municipal, outras 13 pessoas que participaram das licitações na manhã dessa segunda-feira (29) na Prefeitura Municipal foram conduzidas para a delegacia da cidade. Deste total, duas pessoas pagaram fiança e foram liberadas, mas vão responder na justiça por oferecer vantagens para afastar licitantes. Um dos presos é um ex-vereador de Lagoa Santa e a outra pessoa é um “laranja” contratado pelo vereador preso em Confins. Outras 11 pessoas foram liberadas pelo delegado, elas devem ser arroladas no inquérito apenas como testemunhas.

A INVESTIGAÇÃO

VEREADOR CORRUPTO É PRESO EM CONFINS (2) 237 x 187

Dr. Jonas apreendeu vários documentos na prefeitura

A investigação chefiada pelo Delegado Dr. Jonas Tomazi contou com a participação de aproximadamente 10 investigadores, além de uma equipe da Delegacia Regional. Os trabalhos iniciados às 08h30 de ontem só terminaram às 23h30, quando o vereador “Ladizinho” foi conduzido na viatura policial para o presídio de Vespasiano.  “Há um ano e meio chegaram algumas informações à delegacia de que um vereador da cidade possuía empresas em nome de laranjas e estaria usando as mesmas para ganhar as licitações de maneira fraudulenta. No dia de hoje, em razão das denúncias e já sabendo que aconteceria uma licitação na prefeitura, nossa equipe foi ao local e pessoalmente eu vi o vereador no pátio da prefeitura conversando com alguns licitantes. No início da licitação, uma testemunhas me informou que o vereador teria lhe oferecido uma vantagem para que ele abandonasse a licitação”, contou o delegado.

Ainda segundo o delegado, os trabalhos feitos pelos investigadores foi todo gravado em vídeo e fotografado. No entanto, os depoimentos dos licitantes e das pessoas que receberam propostas para abandonar as licitações são peça chave do inquérito que deve ser concluído em dez dias. “Um licitante disse que há seis anos o Aladir ganha os processos licitatórios em Confins. Ele oferecia vantagens em dinheiro ou então 3% do valor do contrato para que as empresas abandonassem o certame”, concluiu Dr. Jonas.

O OUTRO LADO

De rosto coberto vereador deixa a delegacia

De rosto coberto vereador deixa a delegacia

A Polícia Civil informou que o vereador Aladir José Pessoa de Souza (Ladizinho) não confirmou as acusações durante seu depoimento, ele preferiu ficar calado e só falar em juízo.

O parlamentar contratou um escritório de advocacia de Belo Horizonte, mas a advogada Carla Fernanda da Cruz disse que só falaria do caso após tomar amplo conhecimento das acusações. Ela também orientou seu cliente para não dar entrevistas sobre o caso.

“Ladizinho” deixou a delegacia escoltado por familiares e policiais. Do prédio da delegacia até a viatura Policial ele ficou o tempo todo com o rosto coberto por um edredom e não quis responder as perguntas feitas pela imprensa.

Segundo o delegado Dr. Jonas, o presidente da Câmara Municipal de Confins vai responder pelos crimes de corrupção, fraude em licitações e falsificação de documentos públicos.

PROTESTO NA PORTA DA DELEGACIA

Terapeuta elogia ação da Polícia Civil

Terapeuta elogia ação da Polícia Civil

Nossa equipe ficou na Delegacia de Confins das 17h30 até 00h00, neste período vários moradores permaneceram na porta da delegacia para ver o vereador sendo conduzido. Na saída do parlamentar ouve um princípio de tumulto e os Policias tiveram que agir rápido para conter os ânimos. “Estamos indignados como cidadãos ao saber que o vereador está roubando de todos nós, depois vem um puxa-saco e tampa a cara do sujeito e vai embora”, desabafou um morador.

“Na hora de pedir voto ele não veio com o rosto tampado, depois ainda vem a família do vereador nos ameaçar e tentar impedir nossa manifestação”, disse outra moradora.

Uma Terapeuta Ocupacional da cidade frisou que a população tem que se unir e apoiar a ação da Polícia Civil neste trabalho feito contra a corrupção. “A população deveria estar aqui na porta da delegacia para aplaudir a ação da Polícia Civil, estou orgulhosa com o trabalho da Polícia, isso já vem acontecendo há anos. Têm muita coisa suja ainda para ser mostrada”, observou Glauciara Silva.