Reunião da Comissão de Saúde da Assembleia de Minas ouviu categoria e a Associação Brasileira de EAD
Redação e foto: Assembleia de Minas
Entidades representativas de enfermeiros se posicionaram totalmente contrárias aos cursos de educação a distância (EAD) de enfermagem, tanto em nível técnico quanto superior. Segundo as representantes, para a formação e no exercício dessa profissão, é fundamental o contato humano, e nenhuma tecnologia substitui isso.
O posicionamento da categoria foi explicitado em audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira (15/5/18). Na reunião, solicitada pelo deputado Antônio Jorge (PPS), o representante da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) defendeu essa modalidade, dizendo que o EAD democratiza a educação e aproxima a tecnologia dos profissionais, inclusive os da saúde.
Luciaelena Garcia, do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) de Minas Gerais, afirmou que o posicionamento do órgão é contrário à enfermagem a distância. “Não é possível formar um profissional a distância porque enfermagem é uma ciência de gente para gente”, concluiu.
Também Rosali Barduchi Ohl, membro do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), acrescentou ser impossível falar de enfermagem sem o contato humano. “Como vou ensinar o indivíduo se não houver outra pessoa a cuidar?”, questionou ela, que também é enfermeira e professora de enfermagem. “A enfermagem é essencialmente relacional. Por isso, o Cofen diz não ao ensino a distância”, disse.
Vagas ociosas – Rosali destacou que há hoje no Brasil 1.202 cursos de enfermagem, oferecendo 173.752 vagas, sendo 106.840 a distância. Ela informou que, nos cursos presenciais, existem vagas ociosas, mas, nos EAD, elas passam de 5 mil. E mostrou que, a partir da década de 1980, ocorreu um aumento dos cursos de graduação em enfermagem no País, especialmente no ensino privado.