Dor, sofrimento, angústia, e até mesmo exclusão. Atendimento à saúde precisa ser realizado de forma mais humanitária.
Reportagem: Luciana Gonçalves / Fotos: Pacheco de Souza
Essa semana a equipe do MIX NOTÍCIAS acompanhou o drama da Sra. Tania Maria de Souza e seu esposo Geraldino Martins Matos, 55 anos, que é marceneiro e prensou o dedo numa máquina enquanto trabalhava em casa pela manhã. Eles Dirigiram-se ao PA da Lagoa onde foi atendido por uma médica que o mandou de volta para casa, embora ainda estivesse sangrando e sem dinheiro para condução. Então solicitaram uma ambulância, que os levou do PA da Lagoa para o PA Central onde foi atendido. O médico os informou que havia uma fratura no dedo e que era necessário uma cirurgia plástica devendo ser encaminhado para o Hospital Risoleta Neves ou o João XXIII em Belo Horizonte. Porém horas depois foram informados que a ambulância não seria liberada para os levar até Belo Horizonte, porque o caso não era grave e tendo eles que ir em condução própria. As 16hs eles ainda estavam aguardando uma condução e o paciente lá perdendo sangue. A esposa viu uma viatura policial que passava pelo local e informou sobre a situação de seu marido. Estes por sua vez afirmaram que estariam com uma ocorrência para ser atendida mas o levaram para ser atendido novamente. Segundo ela, não fosse a intervenção do soldado da PM, seu marido poderia ter continuado lá sem o atendimento adequado. “Por que a ambulância o levou para o PA Central não pode prestar o mesmo atendimento levando-o para a capital? Porque somos pobres?” questiona dona Tânia. Na mesma noite o vereador Salim Salema socorreu o Sr. Geraldino e o levou ao Hospital Risoleta Neves onde finalmente foi operado.
Talvez tenha havido uma falta de comunicação entre o paciente e a equipe médica, muitas vezes pessoas com baixo nível de instrução são as que mais sofrem por não entenderem corretamente as informações que lhe são passadas ou até mesmo não conseguem discutir adequadamente com as equipes para chegarem a uma solução para seus problemas.
É fato que todos os dias centenas de pessoas padecem enfrentando filas, hospitais superlotados, falta de medicamentos, de médico, de ambulâncias e até mesmo equipamentos. Os governantes parecem fechar os olhos a todas essas questões, parecem não ver tamanho sofrimento enfrentado pela grande parcela da população que tem o Sistema Único de Saúde (SUS) como única alternativa. Boa qualidade prestada pelo serviço do SUS ainda é um sonho da população.