Reportagem Luciana Gonçalves / Foto reprodução
Sul Africanos e líderes do mundo inteiro se unem nesse momento para homenagem a Nelson Mandela. O evento que tem duração prevista de 4hs começou bemcedo no estádio Soccer City em Johanesburgo, com capacidade para 95 mil pessoas e conta com um esquema especial de segurança e organização. Estão presentes mais de 90 chefes de estado e pessoas de várias etnias, confirmando o que Nelson Mandela mais queria: a união dos povos, a paz. Estima-se que o evento seja o maior na África do Sul em termos de chefes de estado e que fora da ONU,dos prédios da ONU,nunca houve uma reunião tão grande. O povo Africano a todo momento canta e dança músicas alegres como se estivessem em uma festa e não de luto, como forma de gratidão e comoção por tudo que Nelson Mandela representa para eles,para sua libertação. Apesar da chuva, o estádio está totalmente lotado, segundo costumes africanos, quando chove no funeral enterro de uma pessoa significa que os portões do céu estão abertos. A cerimônia teve início como hino Sul Africano e esse foi um momento de comoção.
Em seguida foi feita uma oração ecumênica tal como queria Mandela, onde líderes religiosos puderam fazer as orações cada qual conforme seu costume. Um Rabi iniciou comparando “Madiba” com José filho de Jacó, que na bíblia, foi vendido como escravo e lançado na prisão mas tornou-se governador do Egito pelo seu exemplo de perdão e amor.
Barack Obama – presidente dos E.U.A chegou um pouco atrasado e foi o mais aplaudido. Ele que também possui descendência Africana, filho de um Queniano, afirma que desde os tempos em que ainda estava na escola, já ouvia falar de Nelson Mandela. Seu discurso histórico lembrou os ideais de igualdade de Mandela e repetiu algumas frases dele. O presidente americano afirmou que apesar das lutas travadas por muitos em prol da paz e igualdade de direitos, muitos ainda sofrem com a fome, a violência, doenças, fazendo menção à própria África do Sul onde essas diferenças são extremamente visíveis. Lembrou que todos,independente da posição, devem viver de fato os ensinamentos que Mandela deixou e lutar no dia a dia para a construção de nações melhores.
Depois de Obama foi a vez da presidente Dilma Roussef fazer seu discurso onde enalteceu a memória de Mandela, disse que assim como a África chora por essa grande perda, a nação brasileira também chora, uma vez que possui em suas veias,o sangue africano,lembrando das nossas raízes. A comitiva brasileira presente na cerimônia foi composta por Dilma juntamente com mais 4 ex – presidentes: Lula, Fernando Color, José Sarney e Fernando Henrique Cardoso, acompanhados por oficiais da Marinha brasileira.
Está presente também Ellen Johnson Sirleaf atual presidente da Libéria, a primeira presidente mulher da África, que ganhou o prêmio Nobel em 2011. Estão presentes inclusive aqueles com quem o próprio Mandela vez ou outra tinha suas desavenças. Além dos chefes de estado,presentes também muitos líderes religiosos de diversas crenças: Cristãos, Muçulmanos, Judeus entre outros.
Depois dessa cerimônia o corpo de Mandela será velado no palácio presidencial em Pretória em seguida será levado para a aldeia de Qunu onde será enterrado no domingo (15). A organização pediu inclusive que líderes de governo não se dirijam para esse local porque não há infra estrutura.