Reportagem: Pacheco de Souza
Aprovado na Lei Paulo Gustavo, o curta-metragem “Dá Margem ao Centro: Histórias Apagadas de Pedro Leopoldo” busca registrar histórias das origens do município e as tradições religiosas e culturais que aos poucos vão sendo esquecidas na cidade, como o candombe e o congado, evidenciando o papel fundamental dessas comunidades para o desenvolvimento de Pedro Leopoldo.
A narrativa irá desafiar os padrões históricos que remetem nossa origem a uma história única que dá visibilidade apenas para pessoas brancas e que se enriqueceram com a escravização, como é o caso do “Comendador” Antônio Alves (que dá nome à rua “principal”), mas esquecem da grande parte da população, em sua maioria negra e trabalhadora, que realmente deu seu suor para proporcionar o dito “progresso do sertão”.
Dando foco para as comunidades da cidade que são muito mais antigas que o próprio município, explorando entrevistas com moradores de diferentes regiões e pesquisadores locais, bem como registrando tradições culturais e religiosas, o curta-metragem quer abordar sobre a complexidade das narrativas históricas e a necessidade de revisitar e reconhecer as contribuições muitas vezes apagadas.
“Dá Margem ao Centro”, além de um projeto audiovisual, será um olhar para o nosso passado, a fim de inspirar futuros melhores para nosso município. Reconhecendo a contribuição vital das comunidades locais para a identidade da cidade, o curta-metragem busca inspirar um entendimento mais profundo e inclusivo da rica herança de Pedro Leopoldo. Uma história autêntica que resgata e registra as diversas histórias que moldaram a cidade, pois afinal, como nos lembra o projeto, as histórias são muitas, depende de quem conta.
O curta-metragem é idealizado pelo produtor cultural e educador popular da cidade, Otávio Pereira. Filho de Doli, ele trabalha com mobilização social e é graduado em Pedagogia, com Formação Complementar em Educação Social, pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Propostas e contatos podem ser realizados pelo e-mail: damargem.contato@gmail.com.
Sobre o filme
“O projeto acabou de ser aprovado na Lei Paulo Gustavo, vamos começar todo processo de roteirização, organização das filmagens e depois precisamos de pelo menos três meses para edição e finalização do filme. O lançamento será no segundo semestre e vai dialogar justamente com o centenário do município”, contou Otávio Pereira.