Membros da empresa detentora do Transporte Coletivo de Pedro Leopoldo escutaram uma série de críticas sobre os serviços oferecidos à população durante Audiência Pública na Câmara Municipal
Reportagem: Pacheco de Souza
Na noite desta terça-feira, 25, aconteceu no Plenário da Câmara Municipal a Audiência Pública para debater sobre a prestação de serviços do transporte público coletivo de Pedro Leopoldo, atualmente oferecidos pela empresa Expresso Unir. A reunião foi conduzida pelo vereador Antônio Carlos Magalhães, Toninho, autor do requerimento, ao lado do também edil, Alex Fabiano. Diversas pessoas tiveram a oportunidade de explanar suas reclamações a respeito do transporte coletivo e entre as principais pautas estiveram as condições inadequadas de alguns ônibus, higienização dos veículos, possibilidade de tarifa única no município de acordo com a quilometragem, horários e itinerários disponíveis, segurança dentro dos coletivos e o recente aumento do valor das passagens.
Os representantes da Unir presentes à reunião assumiram a existência de alguns dos problemas apontados e se disseram dispostos a tentar solucioná-los. Sobre o aumento da tarifa eles garantiram que todos reajustes são realizados em cima de custos operacionais que não são feitos aleatoriamente. “São diversas variáveis que geram custos altos pra empresa, como, por exemplo, o aumento frequente do diesel. Importante lembrar que tivemos uma queda de passageiros ocasionada, principalmente, por pulo de roleta e pelo aumento de transportes clandestinos. Se um ônibus anda com 50 passageiros, em média, entre os que pulam roleta e os que têm direito ao transporte gratuito, 25 pagam passagem. Sem atualização dos valores não dá pra sobreviver”, justificou o Gestor Administrativo da Unir, José Raimundo Silveira.
O Coronel Alberto Luis, Secretário Municipal de Segurança Pública, cuja TransPL, gestora do contrato, faz parte, garantiu que a administração realiza uma constante fiscalização dos serviços prestados pela empresa, tendo, inclusive, já notificado a Unir em contrato. “Realizamos com muita frequência inspeções veiculares nos ônibus e fazemos diversas visitas e reuniões com os gestores e sócios da empresa levando as reclamações que nos chegam. Temos acompanhado de perto e há dilemas muito grandes a serem resolvidos. Um quer um horário, outro quer outro. Um quer um itinerário, outro quer outro. São demandas diferentes e vamos fazendo as adequações possíveis. Continuem nos alertando dos problemas. Estou anotando tudo para assessorar a gestão no próximo processo licitatório, em 2020, e garanto que se não houver mudanças neste cenário depois que sairmos daqui, abriremos um processo administrativo contra a empresa”, garantiu.
O representante do ‘Tarifa Zero’, André Veloso, disse que agora é o momento para começar a discutir a nova licitação, que acontece em 2020. “Agora temos que começar do zero, com a participação da população nas alterações do contrato de concessão. Temos uma oportunidade de ouro, única em 20 anos, de fazer diferente. As empresas de ônibus precisam tornar o transporte público atrativo para as pessoas”, destacou.
De acordo com o Legislativo todos os questionamentos foram anotados e serão pontuados em relatório. “As demandas serão objetos de deliberação pela Comissão aqui criada e em breve faremos uma coletiva para passar os posicionamentos, tanto da prefeitura, como da Unir”, disse o advogado Dr. Rubens Ferreira.
A comissão criada para dar sequência aos trabalhos de avaliação do transporte coletivo de Pedro Leopoldo foi composta por Gabriel Vinícius, Otávio Pereira e Silvânia Januária, representantes dos usuários, pelos vereadores Antônio Magalhães, Fred Piau e Alex Fabiano e pelos representantes do executivo, Daniel Reis e Coronel Alberto. Pela Unir participarão os gestores José Raimundo e Gilberto Tavares.
Unir mentiu, diz moradora do São Geraldo
“Você é um mentiroso”, disse uma moradora do São Geraldo retrucando o representante da Expresso Unir, quando ele disse, que avisou quatro vezes sobre o aumento recente das passagens. Outros usuários do transporte coletivo também afirmaram que não foram avisados sobre o reajuste. De acordo com Gilberto Tavares (Expresso Unir), os meios de comunicação usados pela empresa é o próprio site da unir na internet, um quadro de avisos no Terminal Rodoviário e os cartazes colocados dentro dos coletivos, este último “foi rasgado” em ato de vandalismo.
Perdeu a audiência Pública?
Para rever a transmissão da Audiência Pública e os questionamentos feitos, assim como as respostas dos representantes da empresa, acesse o facebook da Câmara Municipal.