Tragédia completa hoje 116 dias e Bombeiros ainda fazem buscas no local
Reportagem: Pacheco de Souza / Imagem de arquivo
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Barragem de Brumadinho realiza, nesta segunda, 20/05, e no dia 23/05, uma visita, uma audiência pública e uma reunião para ouvir funcionários da Vale. O objetivo dessas atividades é avançar na investigação das causas e dos impactos do rompimento da barragem B1 da Mina Córrego do Feijão, de responsabilidade da mineradora, em 25 de janeiro deste ano. Mais de 200 pessoas morreram devido ao rompimento.
Duas atividades ocorrem na tarde desta segunda-feira. Parlamentares da CPI criada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) visitam a Comunidade de Pires, em Brumadinho, para verificar as condições de vida dos moradores após o rompimento. O ponto de encontro será a Igreja São José dos Pires, a partir das 14h30. Uma das reivindicações da população local é a suspensão do tráfego de veículos da Vale na área, pois a estrutura das casas estaria sendo afetada pela movimentação de carretas e caminhões.
De acordo com o presidente da CPI, deputado Gustavo Valadares (PSDB), faz parte do trabalho da comissão buscar o ressarcimento dos danos para os atingidos e suas famílias, para a cidade e a comunidade como um todo. “Essa visita é essencial, porque vai direcionar nossa atuação, vamos discutir a reparação necessária e cuidar para que as falhas ocorridas em Mariana não se repitam”, ressaltou o parlamentar, numa referência ao rompimento da Barragem de Fundão, em novembro de 2015, que devastou o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (Região Central).
Ainda nesta segunda-feira, às 17 horas, a CPI se reúne com as comunidades do Córrego do Feijão e do Parque da Cachoeira, também para apurar os impactos da tragédia. A reunião será realizada em tenda ao lado da Associação Comunitária do Córrego do Feijão, em Brumadinho.
Funcionários – Na quinta-feira (23), às 9h30, no Plenarinho IV da Assembleia, a CPI vai ouvir os funcionários da Vale Alexandre de Paula Campanha e Joaquim Pedro de Toledo, sobre o rompimento da barragem. Eles exercem cargos de gerência no setor de geotecnia da mineradora.
Em fevereiro de 2019, os profissionais chegaram a ser presos e interrogados devido aos procedimentos de investigação acerca do rompimento. Segundo informações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Alexandre Campanha canalizava as informações sobre a estabilidade de barragens e realizava revisões periódicas e auditorias.
Já Joaquim Toledo gerenciava a equipe responsável pela manutenção da barragem B1. Qualquer irregularidade na estrutura era a ele comunicada por subordinados. Ele tinha a incumbência de adotar providências para sanar os problemas identificados.
Transmissões ao vivo – Todas as reuniões do Plenário e das comissões são transmitidas ao vivo pelo Portal da Assembleia. Para acompanhá-las, basta procurar pelo evento desejado na agenda do dia.
Além disso, quem não puder comparecer à reunião poderá fazer parte do debate por meio da ferramenta Reuniões Interativas do Portal, que estará disponível no momento da audiência. Questionamentos e dúvidas poderão ser encaminhados e, ao final, serão respondidos pelos convidados.
Buscas por corpos
Com números atualizados neste domingo (19), a Tragédia de Brumadinho completa hoje 116 dias. Até o momento são 395 pessoas localizadas, 241 óbitos confirmados e 29 pessoas desaparecidas.
Nesta segunda-feira 135 homens do Corpo de Bombeiros trabalham no local da tragédia. Eles utilizam 04 binômios, 124 máquinas pesadas e 01 drone. As equipes estão distribuídas em 21 frentes de trabalho.