Reportagem do Jornal O Tempo e MIX NOTÍCIAS pontua os principais problemas da rodovia que liga a capital mineira à região central do estado
Reportagem e fotos: Pacheco de Souza
Fonte: Joana Suarez/Jornal O Tempo
A reportagem do MIX NOTÍCIAS a pedido do Jornal O Tempo, percorreu na tarde de ontem a rodovia MG 424 entre Pedro Leopoldo e São José da Lapa e registramos várias irregularidades no trajeto que fizemos, principalmente na pista sentido Belo Horizonte. O asfalto está bastante comprometido devido ao grande número de caminhões que passam pelo local todo dia.
Também constatamos inúmeros retornos em locais proibidos ao logo do trajeto.
Se o motorista, por exemplo, errar o caminho ao sair de Confins sentido Belo Horizonte, terá que rodar 7 km até chegar às duas pontes em Inácia de Carvalho e fazer o retorno. Para piorar ao fazer o retorno no local, vai encontrar uma cratera enorme e pode ter prejuízos ao quebrar uma roda do veículo. Veja na foto acima.
Considerada uma rodovia estratégica de ligação entre as cidades de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, e Sete Lagoas, na região Central, a MG-424 precisa de melhorias estruturais que ainda não saíram do papel. O projeto executivo para a reestruturação da estrada foi finalizado em 2008, mas, até hoje, quatro anos depois, apenas um dos trechos de 16 km – entre Vespasiano e Pedro Leopoldo – foi licitado, com previsão de início das obras para 2012.
O outro trecho de 35 km – entre Pedro Leopoldo e Sete Lagoas – o mais problemático, ainda não tem previsão para a abertura de concorrência pública, segundo informou a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop). As obras estão orçadas em cerca de R$ 240 milhões, sendo R$ 100 milhões apenas para o primeiro trecho. No pacote de melhorias para restauração e aumento da capacidade da rodovia, estão inclusas construções de passarelas, viadutos, passagens de nível e acostamentos.
Reivindicação. Ontem, executivos de indústrias de Sete Lagoas se reuniram com engenheiros do Departamento de Estradas e Rodagens de Minas (DER) para cobrar o início das obras na rodovia. De acordo com os empresários, a MG-424 não suporta o fluxo de veículos pesados, o que está prejudicando o desenvolvimento das empresas, bem como novos investimentos na região.
Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Sete Lagoas (ACI), Eduardo Rocholi, o principal problema é a passagem da estrada dentro de vias urbanas dos municípios de Matozinhos e Prudente de Morais. “O projeto não atende à realidade, porque não prevê outras duplicações”, afirmou Rocholi.
O engenheiro do DER Francisco Cardoso admitiu que o projeto atual é modesto, mas diminuiria os gargalos. “Vamos retirar a rodovia da malha urbana e melhorar o desempenho dela”.
Sem duplicação Simples. O projeto executivo para as obras da MG-424, que contam com recursos da Copa de 2014, não prevê a duplicação do trecho da rodovia entre Matozinhos e Sete Lagoas, que vai permanecer em pista simples.
O que será feito
1º trecho. Os 16 km da MG-424 já duplicados, entre Vespasiano e Pedro Leopoldo, na região metropolitana, vai receber duas passarelas, duas passagens de nível e um viaduto de acesso a Confins. A obra está licitada e deve começar em 2012.
2º trecho. Os demais 35 km até Sete Lagoas, na região Central, serão duplicados em um trecho de 3 km até o perímetro urbano de Matozinhos. O restante, com pista simples, passará a ter acostamento.
Desempenho. Serão retirados 45 quebra-molas para aumentar o desempenho da estrada. Ela será desviada e não passará pelas cidades de Prudente de Morais e Matozinhos.